por Mammy, em 29.02.12
Voámos alto, em noites gélidas que tornámos escaldantes. Voámos tão alto, que pude ver as estrelas e a Lua.
Mas o voo não é interminável e temos que pousar. Pousar para reabastecer, pousar para descansar e para voltar a voar... de novo... uma vez mais...
Quantas vezes o fizemos? Quantas vezes precisaremos de o voltar a fazer?
Se a paixão nos faz voar, o amor faz-nos pousar.
por Mammy, em 27.02.12
Em conversa com o meu pequeno, ele pergunta-me:
- Mãe, a namorada do João, aquele amigo do pai, é vegetariana?
- É, ela não come carne.
- E come peixe?
- Come. Há alguns vegetarianos que comem peixe.
- Porque é que ela não come carne? Ela não gosta?
- Gosta, mas é contra matarem-se animais para comer, por isso não os come.
- Mas come peixe e os peixes também são animais...
- Pois são, mas ela decidiu só não comer carne.
- Mãe, eu nunca vou ser vegetariano, porque gosto muito de comer carninha.
- Tudo bem, tu é que sabes. Mas concordas com matarem-se animais para os comermos?
- Não, mas como gosto de os comer, têm que os matar. Se os vegetarianos comem vegetais, as plantas também morrem para eles as comerem, também não está certo!
- Pois não, mas eles têm que comer qualquer coisa...
- Sabes, eu também não gosto nada que se cortem árvores para fazer papel? Podia fazer-se menos papel para se cortarem menos árvores...
- Por isso é que há a reciclagem, para se fazer papel a partir de papéis velhos e cortarem-se menos árvores...
- Na minha escola não se faz muita reciclagem...
- Não? Então não há aqueles caixotes do lixo para a reciclagem?
- Há, mas também há aqueles em que podemos misturar tudo e nós deitamos o lixo do lanche nesses...
- E porque não deitam nos outros?
- Porque estão mais longe e queremos ir jogar futebol depressa. Mas eu vou passar a deitar o lixo nos da reciclagem. Não faz mal atrasar o jogo.
- Podes, por exemplo, pôr o lixo no saco onde vai o pão e depois, antes de saíres da escola, deitas nos caixotes da reciclagem. Assim, já não atrasas o jogo.
- Boa ideia! Vou fazer isso!
Hoje, quando o fui buscar à escola, lá estava ele de saquinho na mão, a deitar o lixo nos caixotes correspondentes.
Talvez seja sol de pouca dura, mas confesso que fiquei toda orgulhosa do meu menino ecológico!
|
Imagem retirada da Internet |
por Mammy, em 26.02.12
Eu e o J., na cama dele, em miminhos pré-sono...
J- Mãe, apetece-me esmagar-te!
Eu- Não se esmagam as mães!
J- Esmagam, esmagam. De amor esmagam!
E fui amorosamente esmagada...
|
Imagem retirada da Internet |
por Mammy, em 26.02.12
Neste fim-de-semana, tenho que tomar uma decisão importante para a minha vida futura. Estou para aqui cheia de dúvidas e a tentar pesar todos os prós e contras.
Como é costume, ou a minha vida é uma autêntica pasmaceira, ou então sucede-se tudo ao mesmo tempo de tal forma que me caem umas tantas decisões importantes nas mãos.
Nem sempre decido bem e tenho que pensar muito até chegar à decisão final, sou insegura e não gosto de me atirar de cabeça, pois já a parti várias vezes (fisicamente: 3 vezes em criança; psicologicamente: inúmeras em criança e em adulta).
Como se costuma dizer "gato escaldado de água fria tem medo". Eu sou uma gata para lá de escaldada, por isso tenho medo, muito medo de errar, apesar de estar consciente que é com os erros que aprendemos, não consigo armar-me em corajosa e levar tudo à frente em prol de uma decisão pouco segura.
Seja qual for a decisão que eu tomar vai ter consequências e eu sei que vou conseguir arcar com elas, só tenho mesmo é que decidir quais são as consequências que prefiro...
Está difícil, está!
por Mammy, em 25.02.12
Fui apanhada!!!
Andava eu a pensar que disfarçava muito bem a minha corujice e pimba!... fui apanhada pela
Tanita!
Este blogue não tem nada a ver com mães, pais, filhos e crianças, nunca falo aqui desses temas e, no entanto, a minha careca foi descoberta!
Não há direito! Tanita, isso não se faz!
Estou a brincar! Fico contente pela Tanita me ter contemplado com este selo, pois nutro um grande carinho por ela, apesar de não a conhecer pessoalmente. Obrigada, linda!
As regras são as seguintes:
1. Exibir a imagem do selo em seu blog
2. Postar o link do blog que indicou3. Indicar 10 blogs para receberem o selinho
4. Avisar os indicados
Hoje, só vou cumprir metade das regras, porque além de ser indisciplinada, quero premiar todas as corujinhas que me visitam, por isso quem aqui vier que se identifique com o selinho que está ali em cima, faça favor de o levar, é um presente meu!
por Mammy, em 24.02.12
Como já devem ter reparado, não sou grande apreciadora de roupa, acessórios, produtos de maquilhagem e afins.
No entanto, tirei um curso de manequim há uns anitos, por isso sei o que está correcto usar-se nas mais variadas situações, aprendi a andar de saltos altos como se estivesse numa passerelle (apesar de não apreciar acrescentar centímetros aos meus 1,80, nem dar muito nas vistas), tenho uma das mães mais arranjadas cá da praça, que é uma fervorosa apreciadora de uma aparência cuidada, conheço as regras de etiqueta, que me foram impingidas, pela minha avó, desde tenra idade, mas gosto mesmo é de me sentir o mais confortável possível. Deste modo, não invisto em roupas caras ou chiques, nem em tratamentos de beleza. Sinto-me melhor se não tiver os pés doridos, se tiver a cara lavada, se não tiver frio ou calor...
Porém, sei arranjar-me quando é preciso e, ultimamente tenho tido necessidade disso por estar em formação numa determinada área profissional.
Neste últimos 15 dias, tenho-me vestido como "uma senhora" e tenho notado uma grande diferença na maneira como as pessoas lidam comigo.
É incrível o poder da aparência nas relações interpessoais!
Eu sou precisamente a mesma pessoa, nem mais nem menos simpática, nem mais nem menos educada, nem mais nem menos bonita (ou feia, como quiserem). Sou eu, igualzinha ao que sempre fui, apenas com mais uns centímetros, um risco nos olhos, rímel e um fatinho politicamente correcto. As pessoas, que nunca me falavam na rua, apesar de me conhecerem há 500 anos, passaram a cumprimentar-me com uma espécie de vénia; os homens foram, de repente, atacados por uma onda de cavalheirismo e abrem-me as portas, dão-me passagem e pagam-me cafés; as mulheres falam-me com um excesso de boa educação e uma quase subserviência ridícula...
E eu, que detesto cavalheirismo por achar que se queremos igualdade temos mesmo é que ser iguais e não exigirmos patacoadas machistas como as que as boas maneiras impõem, que detesto relações fictícias e uma boa educação apenas baseada em estatutos sociais, ando-me a rir com esta parvoeira toda!
Mas rio-me sob uma tristeza imensa ao constatar que este pessoal só vê pacotes, cujo conteúdo não lhes interessa nada, e que ver para além do que lhes é introduzido olhos adentro não é definitivamente um dos seus objectivos. Ficam-se simplesmente à entrada da porta, deslumbrados com uma mansão que é, na realidade, uma casinha modesta ou vêem uma casinha modesta quando estão perante uma mansão! Têm opinião sobre tudo, e mais alguma coisa, como se tivessem entrado e vasculhado cada cantinho da casa e, cá de fora da porta, vão mandando bitates em tom de perito... E mandar bitates chega-lhes. Sentem-se importantes conhecedores de um redondo nada, não vêem nada nem querem ver, querem ser deslumbrados por qualquer coisa, nem que essa coisa não passe de uma miragem!
E uma profunda descrença invade-me... Descrença nas pessoas, descrença no mundo, descrença na verdade de cada um de nós e na verdade de todos nós juntos, descrença na Humanidade...
Mais uma vez, fico afligida com a superficialidade das pessoas e, mais uma vez, penso "menina, é este o mundo em que vives. É bem melhor que comeces a aceitá-lo, ou não passarás de uma infeliz sempre revoltada!".
por Mammy, em 22.02.12
Li, num blogue famoso, relativamente a alguém que estava na rua a pedir esmola e a fumar um cigarro em simultâneo, que a vontade que a blogger teve perante tal cenário foi "apagar o cigarrinho na testa" da pessoa que lhe pedia dinheiro e dizer-lhe "vai mas é trabalhar, pá!"
Mais adiante, num comentário, ela diz que as pessoas querem é um emprego e não um trabalho.
Não vou criticar ou julgar a blogger, não é essa a minha função e, como já disse aqui, detesto maledicência.
No entanto, estas observações fizeram-me pensar e cheguei à conclusão que a grande maioria das pessoas tem um conceito bem diferente do meu do que é um trabalho ou do que é um emprego. Não quero, com isto, dizer que eu é que estou certa e os outros errados...
Para mim, um emprego é, tão só, uma troca de serviços entre uma entidade empregadora e um empregado, onde o empregado faz o que lhe ordenam em troca de um salário. Num emprego, o envolvimento do empregado é praticamente nulo, ele não contribui com ideias, criatividade ou qualquer outro cunho pessoal na sua actividade. Ele faz o que lhe mandam e recebe (pouco ou muito) dinheiro em troca.
Um trabalho é diferente, o empregado faz o que gosta, envolve-se, treina, trabalha para ser melhor, dá novas ideias e, por vezes, recebe dinheiro em troca.
Penso que muitas pessoas acham que há gente que não quer trabalhar e eu acho que há gente que não quer é trabalhar naquilo que não gosta de fazer.
Pessoalmente, eu não quero um emprego, quero um trabalho, quero algo que me entusiasme e que me dê "pica", que me faça superar-me e, só vou querer um emprego quando se esgotarem todas as hipóteses de arranjar um trabalho. É mais que óbvio que quero ser paga pelo meu trabalho (e bem paga de preferência), mas quero essencialmente uma actividade que seja um desafio com objectivos concretos, mas um desafio. Não gosto de "queimar" horas no local de trabalho, gosto de avançar e de fazer coisas, gosto de me sentir produtiva. Para "queimar" horas, queimo-as sentada no sofá, na rua ou numa esplanada, a ler, a ver televisão ou, simplesmente, a olhar para o ar.
Também não gosto de fazer coisinhas que não me interessem e, pelo menos para mim, um emprego é um recurso de última instância, é porque tem que ser e porque não se pode viver do ar.
Voltando à opinião da blogger em causa, ela também fala dos punks que vê na rua a fazerem bolas de sabão e a pedirem dinheiro por isso. Critica-os e duvida se serão, ou não, merecedores das moedas que pedem.
Eu acho que quem decide se eles são merecedores das moedas é o transeunte ao dar-lhes, ou não, uma moeda. O estilo de vida que levam é lá com eles e se não fizerem mal a ninguém, ninguém tem nada a ver com isso.
É por opiniões como esta, que os artistas são tão mal vistos pela sociedade. Artista que não é reconhecido publicamente, é encarado como marginal. Seja músico, actor, pintor ou artista plástico, se não tem dinheiro e notoriedade é discriminado. Dizem que não trabalham, que não querem trabalhar e que só andam na boa vida, mas quando ganham notoriedade já são visto como estrelas, já os bajulam e já lhes lambem as botas com todo o prazer.
Tenho um amigo que é faquir, é bom naquilo que faz e é artista de rua. Se trabalha? Trabalha e trabalhou muito para ser tão bom na sua arte. Vive essencialmente das moedinhas que lhe dão. Se as merece? Podem crer que merece! Se lhe perguntarem se ele quer um emprego, aposto que dirá que não! Aposto que prefere fazer aquilo de que gosta, ser livre, criativo e superar-se na sua arte. E podem ter a certeza que isso dá trabalho!
Trabalho não é só estar fechado num escritório oito horas por dia, não é só passar os códigos de barras dos produtos num supermercado, não é só varrer ruas, ou ir a reuniões cheias de gente engravatada, trabalho é sobretudo fazer-se aquilo de que se gosta e, de preferência, receber-se por isso.
Quando não se gosta daquilo que se faz, faz-se o mínimo indispensável e, isso sim, não passa de um emprego!
Talvez eu esteja muito perto de querer um emprego, porque os verdadeiros trabalhos escasseiam, porque não tenho jeito para nenhuma arte em especial e porque não se pode viver do ar...