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Virgindade à Venda

por Mammy, em 31.10.12
Parece que está na moda vender-se a virgindade. 
Aqui, temos dois tontinhos que vendem a sua primeira vez a quem pagar mais. 
Já conseguiram outros dois tontinhos que pagam caro para serem os primeiros. 

Estava aqui a pensar e fiquei na dúvida de quem é mais totó nesta história: se os tontinhos que põem à venda a virgindade, e apregoam aos sete ventos que não são prostitutos (como se alguém se preocupassem realmente com isso), porque é só uma vez; se os tontinhos que pagam uma pipa de massa para fazerem sexo com quem ainda não percebe nada da coisa...

Confesso que não consigo chegar a uma conclusão.

publicado às 00:29

Tóni

por Mammy, em 30.10.12
António nasceu numa pequena aldeia perto de Elvas. Os seus pais tinham um pedaço de terra de onde tiravam o sustento de toda a família. 
A contar com António eram oito a viver numa pequena casinha branca, rodeada de planície.

António frequentou a escola até à quarta classe. 
Mal acabou o ano lectivo, começou a ajudar os pais a pastar as ovelhas, a tempo inteiro.

Levantava-se às cinco da manhã, pegava no canito ruivo e lá iam os dois, planície fora, seguidos por vinte ovelhas lãzudas.
Ficava horas a ver as ovelhas pastarem. Sentava-se sempre no mesmo pedregulho, com o cajado na mão, a vê-las comer aquele pasto amarelo.
Ao mesmo tempo, sonhava... Um dia, iria sair daquele Alentejo sem fim. Iria ser rico e poderoso, como o Ti Manel da casa grande, lá quase no fim da aldeia. Teria empregados para tudo e só bastaria mandar, que eles fariam tudo o que ele quisesse. Não precisaria de se levantar tão cedo, nem de andar a pastar aqueles novelos de lã com pernas. 
António sonhava alto, tão alto, que, por vezes, esquecia-se dos animais e, se não fosse o olhar atento do canito, eles dispersavam de tal forma que depois muito dificilmente os conseguiria juntar novamente. Bendito canito que o acompanhava, e lhe obedecia como ninguém!

António cresceu, tornou-se um homem, deixou de ser o António sonhador, para dar lugar ao Tóni amargurado.
Tóni já não sonhava. Agora, lutava. Mas lutava pela vida que sempre sonhara.

Deixou o Alentejo e aventurou-se lá para os lados de Lisboa, a capital. 
Agora, vivia perto da capital e mais perto dos sonhos, que pretendia tornar realidade. Trabalhava numa fábrica de cimento, onde respirava pó cinzento, doze horas por dia.
À noite, cuspia uns escarros cinzentos e doía-lhe o peito quando, finalmente, tomava a posição horizontal. Por vezes, junto com o cinzento, via uns bocadinhos vermelhos de sangue. Era nesses momentos, que se lembrava das ovelhas, e dos sonhos...

Trabalhou arduamente naquela fábrica, deu anos de vida ao pó cinzento. 
Mas, ao fim de vinte anos a respirar pó, conseguiu amealhar uns bons tostões.

Largou o trabalho e dirigiu-se às Finanças. 
- Quero ser patrão. O que preciso fazer? - perguntou à rapariguinha, ruiva como o seu antigo canito, que estava do outro lado do balcão.
- Patrão? - perguntou a rapariguinha.
- Sim, patrão. Quero abrir uma churrasqueira minha, assar frangos para vender para fora, ter empregados, contabilidade, etc. Enfim, quero ter um negócio meu!
- Ah! O senhor quer ser empresário?! - diz a rapariguinha, enquanto sacode o cabelo ruivo.
- Sim, é isso!

Tóni abre a churrasqueira.

Agora, é um homem realizado. Tem o seu próprio negócio, vende centenas de frangos por semana, tem uma loja toda catita e tem empregados... 
Já passaram por lá uns tantos... Na sua maioria brasileiros. Uns incompetentes, que não querem trabalhar! Preguiçosos até dizer chega! 
O último que arranjou, Jéferson, até que não é mau de todo... É lento, é verdade, e é um pouco calado demais, mas antes assim, pelo menos não lhe responde com maus modos, quando ele o manda trabalhar. 

Jéferson fá-lo lembrar-se do canito ruivo, que o acompanhava quando pastava as ovelhas... É fiel como o cão, não resmunga e, se ele quiser, pode enxotá-lo à vontade, tal como fazia ao canito. Jéferson é seu, é sua propriedade, ou não fosse ele o patrão e o outro, o empregado.

Agora sim, agora é o patrão, que sempre sonhou quando era menino!
Depois de tanta luta, e tanto pó respirado, finalmente, sente-se um verdadeiro Ti Manel! Os seus pais, se ainda fossem vivos, haviam de se orgulhar dele!

publicado às 03:42

Ásterix e Obélix

por Mammy, em 29.10.12
Fomos ver...


Mas não foi dos que mais gostei, talvez por ter visto a versão dobrada em português, talvez por não ser, na realidade, tão bom quanto os anteriores. Não sei! Só sei que me soube a pouco...

publicado às 01:12

Alhos e Bugalhos

por Mammy, em 28.10.12
Tenho a mania da teoria da conspiração! Sim, é verdade, tenho! Está enraizada em mim, de tal forma, que não consigo separar alhos de bugalhos. 
Para mim, os alhos e os bugalhos têm sempre uma qualquer ligação. Umas vezes, ela é directa, clara e aos olhos de todos, outras vezes, ela é camuflada e vive nas entrelinhas.

Hoje, li ESTA notícia e não consegui deixar de pensar que isto não passa de uma preparação da sociedade, e da opinião pública, para o que aí vem - O FIM DA ESCOLA PÚBLICA.

Contabilizar-se o custo para o Estado dos alunos da escola pública e compará-lo com o dos das escolas privadas, frisando que os da pública são mais caros, é manipular-se a opinião pública para que esta se torne oponente à existência das escolas mais caras!
Por favor, não me venham com tretas, que é manipulação pura e dura! 

A alucinação geral, mais recente, é a poupança desenfreada nos gastos do Estado. Por isso, toda a gente está concentrada em encontrar áreas onde este pode poupar, para que não lhes aumentem os impostos, para que não lhes roubem os subsídios e para que não inventem mais artimanhas políticas para lhes sacarem dinheiro.

Esta questão está na ordem do dia: Poupar é a obsessão deste governo! Que já conseguiu contagiar toda a população com a doença de que padece: A poupança nos gastos do Estado.
Desde que só atinja aquela entidade longínqua a quem se chama povo e desde que não infrinja um simples arranhão aos grandes grupos económicos ou às altas personalidades políticas (que estão directamente ligadas aos primeiros), o lema é poupar. O objectivo passa, assim, a ser cortar em tudo o que é direito da população, dos mais desfavorecidos, dos que estão longe dos olhos, e do coração, dos nossos governantes (se é que algum deles tem coração)...

A escola pública, por sua vez, não interessa nem aos grandes grupos económicos, nem às altas personalidades políticas! No entanto, o ensino privado sim. Interessa tanto a uns quanto a outros. A uns, porque podem apostar nisso como um próximo e próspero negócio. E a outros, porque os seus filhos só estudam no privado, pois o público é muito rasca para eles.

Se o ensino público é mais caro para o Estado, do que o privado, eis a desculpa necessária para acabar com ele! Desculpa esta, que será apoiada pelos mais lerdinhos a ler nas entrelinhas... Estes dirão "acabem-se com essas escolas todas caríssimas e de má qualidade, onde há professores a ganharem rios de dinheiro, que têm horários reduzidos e regalias imensas!". 

Porém, estes lerdinhos esquecem-se, se não pertencerem a nenhum dos grupos interessados no cultivo do ensino privado, que, depois de sepultarem o ensino público, terão que ser eles, digníssimos lerdinhos, a pagarem por inteiro as escolas aos seus digníssimos lerdinhos rebentos!

Mas isto é só a opinião de quem (lembram-se?) tem a mania da teoria da conspiração e não consegue separar alhos de bugalhos!

publicado às 01:51

Como Despolitizar uma Criança de Oito Anos?

por Mammy, em 27.10.12
O J. vai para a escola falar de política.

Hoje, pediu à professora para lhe perguntar quem eram os ministros: das Finanças; dos Negócios Estrangeiros; da Economia; o Presidente da República e o Primeiro-ministro.

Ela perguntou-lhe e ele respondeu:
- Vitor Gaspar. Paulo Portas. Álvaro Santos Pereira. Cavaco Silva. Passos Coelho.
Uma colega perguntou-lhe:
- Como é que tu sabes isso tudo?
- Sei! - respondeu orgulhoso.


- Os meus colegas nem sabem o que são as Finanças! - disse-me no carro, a caminho do supermercado, como se fosse uma enorme gaffe da parte dos colegas.
- E tu sabes?
- Sei. São os impostos.
- Sim, mais ou menos... São os dinheiros do Estado.

Mas tamanha sabedoria também é invadida por dúvidas... Como esta:
- E o Relvas, mãe? É Ministro de quê? - perguntou-me. 
Disse-lhe que era Adjunto dos Assuntos Parlamentares. 
- Adjunto? - achou pouco.
- Sim, acho que é adjunto!

A cabecinha dele deve ter ficado a matutar naquilo...
"Como é que um ministro, de quem se fala tanto, é só Adjunto? Devia ser mais importante, não? E, se é só um adjunto, porque lhe dão tanta importância?".

Durante o jantar, falou do Orçamento de Estado e do IRS, como qualquer português indignado e, maior de idade.

De vez em quando, inventa letras para músicas conhecidas a desancar nos ministros e na política do governo actual. É um fã ferrenho das Mixórdias de Temáticas do Ricardo Araújo Pereira, que ouve em sessões contínuas e que imita na perfeição, dizendo o texto quase como se o estivesse a ler e reproduzindo com mestria as vozes das personagens do Ricardo...

Quer-me parecer que estou a criar um pequeno, grande, revolucionário... Ainda estou na dúvida se isso será bom ou mau...

Agora digam-me, por favor: Como despolitizar uma criança de oito anos?

publicado às 02:25

Vou Contar-vos Um Segredo #3

por Mammy, em 25.10.12
Tenho andado a pensar, seriamente, em emigrar!
Sim, eu sei que não é bonito virar-se as costas ao país, mas quando o país nos vira as costas primeiro, será uma atitude assim tão condenável?

publicado às 22:50

E Já Agora, Vejam Lá Isto...

por Mammy, em 23.10.12

publicado às 02:19

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