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Gente Boazinha e Invejosa

por Mammy, em 31.12.13

Para o ano que vem, quero muitas coisas. Tal como toda a gente, quero que o ano seja melhor do que este, que a saúde, o amor, o dinheiro e a felicidade não faltem. Mas também quero ver-me livre de umas tantas coisas. Entre estas coisas, estão as gentes boazinhas e invejosas. 

Não sei se será impressão minha, ou se, realmente, há mais gente boazinha e invejosa por aí. Não falo da gente boazinha e invejosa em simultâneo, mas da gente boazinha e da gente invejosa. Em separado. Gentes diferentes, mas igualmente irritantes.

 

A boazinha é aquela que faz e diz tudo o que é politicamente correcto. Tem sempre a palavra certa, no momento certo. Cheia de amor espalha-o em tudo em que toca. Ama todos os animais, todos os pobrezinhos e todos os doentes. Indiscriminadamente. Sejam eles uma destas três coisas, a gente boazinha ama como se de um filho se tratasse. Exerce o bem, dia sim, dia sim. Tem uma paciência infinita até para os mais chatos. Enfim, é gente boazinha que nunca mais acaba.

 

A invejosa é aquela que não suporta a mais pequena alegria nos outros. Qualquer coisa porreira que os outros façam tem defeito e incomoda-a. É especialista em boicotar toda a cena, cuja autoria não lhe pertença. Quaisquer cenas, desde que sejam fixes, e dos outros. Vê má intenção em tudo. Perversidade é o seu lema. A gente invejosa não tolera nem o sorriso alheio. Vive azeda e tenta azedar tudo o que a rodeia.

 

Estou cansada destas gentes. Juro, teria um 2014 melhor, longe deste tipo de gentes.

Ah e com saúde, muita saúde, saúde aos potes, para dar e vender, que daria com prazer a quem dela precisasse. Só a quem dela precisasse, é que eu não sou nem boazinha, nem invejosa, ora!

 

publicado às 02:48

A Importância de Não Ter

por Mammy, em 27.12.13

Estamos em crise, é verdade. Há imensa gente com falta de imensas coisas. Neste momento, sentimos que é importante que toda a gente tenha acesso a:

- Saúde

- Educação

- Habitação

- Alimentação

- Água

- Luz

- Gás

No entanto, e com tanta gente, a carecer destas coisas, "O número de reservas da PlayStation 4 em Portugal é avassalador" e há A “obsessão” pela Bimby no país mais pobre da Europa Ocidental.

Incrível, não?

Enfim, O top de vendas deste Natal é o que se vê!

 

Se nos abstraíssemos de tudo o que tem acontecido neste país nos últimos anos e olhássemos só para esta época festiva, poderíamos concluir que este país está bem e recomenda-se.

Vemos crianças cheias de presentes caros e adultos cheios de novas tecnologias de última geração. Coisa de ricos, claro! As gentes deste país estão "cheias da massa"!

 

Estão? Ou passaram fome todo ano para, no Natal, se vingarem e comprarem todas as merdas que lhes deu na gana?  

Pois, não sei. E sinceramente, não quero saber. Cada um sabe o que vale a fome que passa. Se para uns vale uma Playstation, para outros pode valer simplesmente evitar passar fome. Cada um tem o direito de decidir quais as prioridades da sua vida. 

Apesar de não concordar que se comam Playstations ou Bimbies, sei que toda a gente pode comer o que quiser. (Eu cá prefiro um bom peixinho com legumes e batatas do que uma merda preta de plástico ou uma panela cheia de nada, mas isto sou eu que sou esquisitinha!)

 

Mudando de assunto, ou não mudando assim tanto, neste Natal notei que o meu filho, em vez de fazer a lista de presentes do costume, disse que não queria nada. Este "nada" preocupou-me. Veio-me várias vezes à cabeça "mas nada porquê? Estará preocupado com não termos dinheiro para lhe compararmos uma prenda? Sentirá que já tem tudo o que queria e agora não quer nada?" e fiquei a matutar na segunda opção... Fiquei, francamente, mais preocupada se "o nada" fosse causado pela segunda opção do que pela primeira...

Preocupar as crianças com a crise é mau, claro que é, mas elas deixarem de desejar algo especial, parece-me muito pior. Todos os desejos realizados destroem a possibilidade da construção de novos desejos, de novos objectivos. E isso é assustador numa criança de nove anos. Por isso, o alarme "mãezite" suou e resisti à tentação de lhe dar algo caro ou que poderia vir a desejar muito. 

Demos-lhe um livro e vi a desilusão assombrar-lhe o rosto. Livros, é coisa que vai recebendo durante todo o ano, não é nenhuma novidade, nem nada de especial.

Devo confessar que me custou ver aquela cara de desilusão, mas parece-me que ela lhe fará melhor do que antecipar-me a um desejo que poderá vir a sentir. 

Deste Natal até ao aniversário ou até ao próximo Natal, poderá construir novos desejos, poderá aspirar novos presentes, terá tempo para desejar e sonhar com algo especial. 

Não lhe ter dado nada de mais do que lhe vou dando durante o ano, pode ajudá-lo a fazer sobreviver o sonho e as aspirações e a ter consciência do "não ter" que é tão, ou mais, importante do que "o ter".

Espero eu.

 

publicado às 00:27

Hoje, Que Chove e Faz Vento

por Mammy, em 24.12.13

Hoje, que chove e faz vento, lembrei-me de ti.

Fiquei a pensar se estarias encharcada, com a crina a baloiçar ao vento, parada na intempérie. E senti vontade de te tirar o excesso de água do pêlo e de te esfregar com palha para te secar. Abraçar-te e sentir o calor dos recantos do teu corpo ainda secos. Esconder as mãos no teu peito e acariciar o pêlo macio que lá morava.

Lembrei-me de como cheiravas bem quando molhada. E senti saudades da preocupação de te saber bem. Estranha, esta coisa de sentir saudades da preocupação...

 

Hoje, que chove e faz vento, lembrei-me que estou aqui depois de ti.

Depois de ti é coisa que não queria. Depois de ti não há.

 

Hoje, que chove e faz vento, lembrei-me que estou aqui contigo. Sempre.

 

 

publicado às 17:25

Parece Que Se Diz Por Aí Qualquer Coisa Como...

por Mammy, em 24.12.13

Imagem roubada, também, por aí

 

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publicado às 00:41

Não Me Apetece

por Mammy, em 23.12.13

 

Imagem de um sítio qualquer

 

publicado às 01:50

Cratinices

por Mammy, em 21.12.13

“o que está aqui em causa é o direito dos pais e das famílias a que sejam escolhidos os melhores para serem professores”

 

“o Estado, representando as famílias, para elevar a qualidade da escola pública deve recrutar os melhores e fazer um critério de condições mínimas”

 

Ó "migo", deixa lá as famílias em paz! Que tal ires, "masé" testar as tuas condições mínimas para seres ministro, hã?

 

publicado às 02:05

Aquilo Que Não Sai

por Mammy, em 20.12.13

Apetecia-me dizer coisas. Escrever coisas. Escrever, escrever, escrever. Mas as coisas não me saem. Parece que se trancaram cá dentro e não saem. 

Vou enchendo e preciso de explodir. Como um balão que cresce com o ar. Estou um balão de coisas para dizer. Mas no silêncio. O silêncio é o meu ar, agora. E enche-me. Enche-me inteira.

Queria a minha vida em palavras. Palavras belas e feias. E belas e feias. Palavras sem fim. Escrever cada letra e formar palavras, e frases, e textos, e contos, e livros. Livros cheios de ar. Do ar das palavras que o vento não leva. Palavras que ficam. Belas e feias. E lê-las. E não gostar delas. E amá-las. E escrever outras.

Queria um mundo de letras. E mergulhar nas palavras dos livros. Viver em livros e histórias. E em pensamentos de papel. Recortar ideias e sonhos e colá-los no papel. Assim, nesta forma que se lê.

Mas essas coisas não me saem. 

 

publicado às 00:11

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