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Um Marado, Convicto Que Podia Mudar o Mundo, Chamado Jesus

por Mammy, em 01.12.12
Como sabem não sou crente. Não acredito em deuses, nem em diabos, não me identifico com qualquer religião, por mais bonita que ela se enfeite, mas, apesar de poder parecer-vos estranho, acredito que, um dia, existiu este marado, convicto que poderia mudar o mundo, chamado Jesus. E acredito nisso, não por ter tido uma educação religiosa ou por me terem impingido versões demasiado fantasiadas da coisa, mas porque tenho noção que este mundo nunca esteve perto da perfeição, ou de ser um lugar idílico, e porque, felizmente, sempre foram aparecendo, ao longo da História, alguns loucos que achavam que poderiam mudar alguma coisa, por mais pequena que ela fosse, e porque talvez eu também tenha, ainda, uma réstia de esperança que há coisas que se podem mudar, se acreditarmos nelas com muita força.
E acredito na história de Jesus, tal como acredito na história de Galileu, Darwin, ou de qualquer outro louco que enfrentou o mundo de frente e de peito aberto. 
Mas a minha visão da história dele aproxima-se mais da do filme Jesus Christ Superstar do que da da Bíblia, porque o vejo enquanto humano e não enquanto ser divino. 

Se é verdade que a história de Jesus tem, ao longo de séculos, mudado corações de forma a tornar os seus portadores melhores pessoas, também não deixa de ser verdade que a distorção dessa mesma história tem endurecido outros e servido de mote para as maiores atrocidades cometidas ao longo da História (e, aqui, refiro-me às Cruzadas, à Inquisição e às, passadas e presentes, tomadas de posição do Papa e da Igreja, entre muitas outras tantas).

E é por ver Jesus como um homem "louco" que arriscou, com a própria vida, mudar o que, à partida, parecia imutável que, para mim, o Natal não é uma celebração religiosa; não é o mar de presentes e a hipocrisia consumista; não é a árvore de Natal, o presépio ou a Missa do Galo. Mas é uma merecida homenagem a este, e a todos os outros marados que, através das suas convicções e força anímica, acreditaram um dia que a mudança daquilo que não estava bem, era o caminho; que não se importaram de dar a vida pelas suas causas; que não hesitaram em tentar e em inovar, mesmo que para isso tivessem que remar contra muitas marés ou chocar as mentes mais (e, até, as menos) conservadoras e, sobretudo, que tiveram a ousadia de arriscar, sem medos, numa tentativa heróica de construir um mundo melhor.

publicado às 00:27


16 comentários

De sérgio figueiredo a 01.12.2012 às 22:31

sou crente... mas a "politica"(?) religiosa está, cada vez mais, esfrangalhada.
começa a haver um número sem fim de "políticas"(?) religiosas que nos dão a imagem de Jesus, cada uma à sua maneira, ou seja... eu começo a não entender como foi, afinal, o verdadeiro Jesus ao confrontar-me com tanta tese "contemporânea" (de última hora).
uma coisa sei... acredito no Criador.

bj...nho

De Mammy a 01.12.2012 às 23:34

Sérgio Figueiredo,
Eu não acredito, mas respeito quem acredita.
Só tenho pena que alguns crentes não respeitem os não-crentes e os crentes de outras religiões do mesmo modo.
Bjs

De Lost Lenore a 03.12.2012 às 10:49

Selo e desafio no meu blogue.
Beijo

De Felina a 03.12.2012 às 13:07

Fui criada na religião catolica,mas rapidamente passei de crente convicta a descrente total. Acredito que existiu um homem chamado Jesus, que deixou marcas na humanidade, só falta saber onde começa a verdade dos seus actos e onde acaba a fantasia gerada à sua volta, mas não o acho mais importante que um Gandhi ou um Mandela



Beijoca

De Mammy a 04.12.2012 às 01:08

Felina,
Também não o acho mais importante do que o Gandhi ou o Mandela, apenas só o referi a ele por estarmos perto do Natal. Foi também por isso que me lembrei dele.
Bjs

De Mammy a 04.12.2012 às 01:09

Lost Lenore,
Aceito, mas ainda vou pensar nos livros.
Bjs

De sérgio figueiredo a 04.12.2012 às 11:49

Mammy,
se há algo de que me posso gabar é com a virtude que habita em mim de respeitar as opções dos outros, seja sobre o que for. respeito de verdade.
quanto à religião (e actualizo-me com interesse sobre todas elas) e ao meu comentário, existe em mim (como crente católico) o desânimo quanto ás teorias (católicas) mestradas pelas altas instâncias da Igreja, surgidas, nestes últimos tempos.
vou assistindo ao desenrolar.

bj...nho

De maria teresa a 04.12.2012 às 22:20

Eu acredito na existência real de vários homens "diferentes". Buda existiu antes de Jesus...
Para mim o Natal é a celebração do nascimento de uma criança, qualquer criança...rodeada pelo amor familiar.
A Bíblia começou a ser escrita muito depois de Cristo morrer e tem levantado muitas interrogações a quem se dedica aos estudos bíblicos.
Acreditar ou não numa série de coisas que, pessoalmente, considero verdadeiros atentados à sanidade mental de cada um de nós, é privilégio individual.
Abracinho meu!

De Mammy a 05.12.2012 às 15:12

Sérgio Figueiredo,
Eu não quis dizer que eras tu quem não respeitava a não-crença dos outros. Referia-me em abstracto, pois conheço muita gente que não respeita e já fui alvo de alguma discriminação por não acreditar em nenhum Deus.
Bjs

De Mammy a 05.12.2012 às 15:15

Maria Teresa,
Gosto da sua interpretação do Natal, além de bonita é muito saudável.
Bjs

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