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Que Tal as Provas, Ou Exames, Ou o Raio C'A Parta De Como Se Chama Aquela Porcaria Que As Crianças Andam a Fazer No Final do Quarto Ano? Estão a Gostar?

por Mammy, em 21.05.14

Giras, giras... Super mega fan-tás-ti-cas!

 

Espreitem lá AQUIAQUI e AQUI a de Português.

 

Belíssima, não?

 

Uma preciosidade!

publicado às 00:24

Corridas, Galinhas e Provas, Ou Exames, Ou o Raio C'A Parta De Como Se Chama Aquela Porcaria Que As Crianças Vão Ter que Fazer No Final do Quarto Ano

por Mammy, em 16.05.14

Hoje ao fim do dia, fui correr com o meu puto. (Ah pois, ele agora já é puto. É que isto de estar quase a fazer dez anos tem destas coisas, o estatuto muda num ápice!) 

O puto, além de agora ser puto, corre que se farta e eu, eu vou atrás dele que me lixo! A arrastar-me...

Mas hoje, consegui o maravilhoso recorde de correr vinte minutos seguidos... Hã? Hã? Digam lá que não foi o máximo! Vá, digam lá, atrevam-se a dizer que não foi o máximo, que eu não publico o vosso comentário e pronto, faz de conta que se amedrontaram e perderam a coragem de dizer que não foi o máximo!

É óbvio que foi o máximo!!!!!

 

É claro que o puto corre sempre mais tempo e mais rápido do que eu, mas enfim, tem menos vinte e nove anos e este é um argumento a que me posso sempre agarrar!

 

Além de ter aderido à moda das corridas, também ando a dar numa de galinha.

Decoro os pratos com sementes, ora de chia, ora de outra coisa qualquer. Ficam giros, os pratos, todos pintalgados de sementes pequeninas.

Quanto ao resultado das corridas e das sementes, não noto nada. Mas que é fixe andar com os cabelos ao vento (ainda que eles estejam um bocado curtos para o efeito "gaja gira que corre") e comer comidas às pintinhas, lá isso é! 

 

Por fim, e entrando no ponto do "raio c'a parta de como se chama aquela porcaria que as crianças vão ter que fazer no final do quarto ano" já deito aquela merda pelos olhos! E é claro que sou contra e que detesto a ideia do meu filho ter que fazer aquela porcaria. Ainda mais, porque aquilo não tem ponta por onde se lhe pegue e, em vez de exames, ou provas, ou o caneco, aquilo são ratoeiras para apanhar os ratinhos dos nossos filhos.

Assim, enquanto uns vão chumbando no quarto ano à conta daquela bosta, outros vão chumbando no sexto à conta de uma bosta idêntica, e os que chegam à universidade são em muito menor número do que os que lá chegam hoje em dia, o que nem sequer quer dizer que chegarão os melhores. Talvez os mais ardilosos...

 

É triste, muito triste, ver turmas inteiras a treinar intensivamente para fazer um teste, ou melhor dois, que não testa nada, a não ser se os professores treinaram intensivamente ou não os seus alunos para fazerem aquele cocó de olhos fechados. E enquanto os professores e alunos estão distraídos a treinar aquela merda, ninguém prepara as crianças para a nova etapa que se avizinha (talvez até porque como não vão ser muitos a lá chegar, isso interesse pouco) que é a entrada no segundo ciclo, ciclo este que traz a tira-colo uma carrada de novas disciplinas, um horário mais diversificado a cumprir, um conjunto de novas regras, uma colectânea de professores (mais pequenina do que há alguns anos, já que muitos também foram despachados como os alunos vão ser a partir deste ano) e mais colegas, maiores e mais fortes, a conhecer. E como os professores que não têm turmas de quarto ano e os pais que constituem as associações de pais andam distraídos com as geniais festas de finalistas, que são mais uma das merdices que inventaram para porem as crianças a brincar aos adultos (como se não tivessem tempo suficiente pela frente para encetarem brincadeiras parvas dessas) a preparação dos miúdos para esta nova etapa das suas vidas fica atirada para último plano, porque o que interessa é que cresçam depressa e vão "masé"trabalhar.

 

Enfim, o ensino está a caminhar a passos largos para deixar de ensinar alguma coisa e passar a apenas formatar os discos cada vez mais rígidos dos alunos e a escola a deixar de ter a função de formar pessoas e passar a ser única e exclusivamente uma linha de montagem de mão-de-obra inculta e barata.

 

Por isso e a partir de agora, eu e o meu filho, tal galinha e pintainho, vamos mas é dar umas corridinhas e comer sementes, que é bem mais instrutivo do que andarmos preocupados com estas cenas ou "raio c'a parta de como se chama aquela porcaria que as crianças vão ter que fazer no final do quarto ano".

 

publicado às 02:23

Cratinices

por Mammy, em 21.12.13

“o que está aqui em causa é o direito dos pais e das famílias a que sejam escolhidos os melhores para serem professores”

 

“o Estado, representando as famílias, para elevar a qualidade da escola pública deve recrutar os melhores e fazer um critério de condições mínimas”

 

Ó "migo", deixa lá as famílias em paz! Que tal ires, "masé" testar as tuas condições mínimas para seres ministro, hã?

 

publicado às 02:05

Apoio Ao Estudo

por Mammy, em 21.11.13

A ex-AEC "apoio ao estudo", com a redução das AEC e o alargamento do horário escolar, passou a "disciplina" obrigatória, ou seja, não podemos prescindir dela, ou pura e simplesmente, não podemos deixar de inscrever os miúdos nela.

Na minha triste ingenuidade, pensei que o "apoio ao estudo" seria para ensinar os miúdos a estudar, fazerem trabalhos de casa, uma espécie de sala de estudo onde pudessem fazer revisões e colocar questões a um professor. Mas não. O "apoio ao estudo" serve para as crianças terem mais um bocadinho de aulas e até para trazerem mais trabalhos para casa.

Bela merda me saiu este "apoio ao estudo"!

Se os miúdos já têm pouco tempo para respirar com os TPC das aulas, menos terão com os TPC do apoio ao estudo. Gostava de perceber qual foi a ideia de lhe chamarem "apoio ao estudo" se são aulas iguais às outras. Eh pá, gostava. A diferença está onde? No professor? É só para poder ser dado por um professor diferente? Ou é para fazer os pais pensarem que alguém vai ensinar os putos a estudar?

Já que estou numa de perguntas, este enorme horário escolar serve para quê? Para os miúdos ficarem tão automatizados na cena da escola e das aulas que não tenham tempo nem espaço mental para pensarem sobre as matérias que lhes impingem? É isso? Ou é para o lado criativo e crítico também não ter capacidade de se desenvolver muito e eles se tornarem nuns autómatos totós facilmente manipuláveis?

 

Ok, ok, sou eu que tenho a mania da conspiração!

publicado às 00:12

A Liberdade Para a Profunda Estupidez

por Mammy, em 17.11.13

Relacionar-se cheque-ensino com liberdade é tão estúpido quanto querem que sejamos.

 

"Ai o cheque-ensino vai dar liberdade de escolha às famílias quanto às escolas que querem que os filhos frequentem!" 

 

Ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah!

Repito: Ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah!

Liberdade? Onde, onde?

As escolas privadas é que vão ter um maior leque de escolha de alunos que as frequentem. E ainda vão poder subir os preços, porque a procura vai ser bem maior do que a oferta!

Uau, "granda" liberdade, a das famílias! 

 

 

" Os pais vão poder escolher as melhores escolas para os filhos!"

 

Ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah!

Ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah!

E ainda digo mais: Ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah!

O que é isso de "melhores escolas"?

São aquelas cheias de meninos ricos que roubam, igualzinho aos meninos pobres, mas com a diferença de não precisarem?

São aquelas em que os meninos vivem em falsas redomas de vidro?

São aquelas em que os professores tratam as crianças por "você"?

Ou, ainda, são as em que os miúdos marram conteúdos sem sequer os questionarem, mas que lhes dão altas notas nuns exames feitos para gente que não pensa sobre o que aprende?

O que é isso afinal de "melhores escolas"? Hum?

 

Os pais não têm de escolher escolas nenhumas, amigos! As escolas, públicas, é que têm de ser todas boas para os pais não terem de escolher nada. Para bastar matricularem os filhos na escola mais próxima da residência, e pronto, estes estarem automaticamente numa boa escola!

Isso sim, é que é liberdade!

publicado às 02:13

Resposta Ao Comentário da Pseudo no "Post" Abaixo

por Mammy, em 18.09.13

A Pseudo escreveu assim: "Que exagero, Mammy! O programa só tem esse objectivo em mentes muito mesquinhas. Ele é essencialmente usado para verificar o consumo do cartão. :)". (http://sermaeetramado.blogspot.pt/2013/09/giae-ai-ai.html)

E eu respondo assim:

 

Pseudo, Tens razão, sou um bocado exagerada e, por vezes, sinto as coisas mais fortes do que elas são na realidade. Mas no caso desta plataforma, infelizmente, não me parece que seja exagero meu.

 

Senão vejamos: - a plataforma GIAE tem mais funcionalidades do que a de verificação dos consumos do cartão. Através dela, além dos consumos em almoços e papelaria, respectivos carregamentos e marcações das refeições, os pais têm acesso aos sumários das aulas, faltas dos alunos e dos professores e, conseguem até saber se o seu educando chegou atrasado à aula (caso o professor lhe marque falta e depois da sua chegada, a retire).

 

Saber tudo isto não seria um problema se fosse contado pelo educando ao educador, ou até mesmo pelo professor aos pais. Mas quando é sabido através de uma plataforma informática, aí, passa a ser um problema. Porque se corta no diálogo e se o substitui por um clique; porque seguir os filhos através de um ecrã de computador dá uma falsa ideia de controlo e acompanhamento; e porque, ao utilizarmos estes meios impessoais e à distância, estamos a permitir que nos afastem fisicamente dos nossos filhos, em prol de uma falta de tempo para os acompanhar que acabamos por consentir.

Seguir os filhos através de um computador não é segui-los, não é apoiá-los, não é estar presente. É camuflar a nossa ausência na vida deles, enganando-nos com a ideia de que sabemos o que fazem, como estão e do que precisam. Na verdade, através do GIAE não sabemos nada sobre eles, mas achamos que sim. E isso é que é perigoso, o fingimento para connosco próprios, para com os pais que deixámos de ser sem sabermos.

O clique que nos ilude com a falsa presença permanente na vida dos nossos filhos devora a proximidade, o diálogo, a relação pais/filho. Consome-a e substitui-a por um nada que achamos tudo.

 

E é isso que me assusta!

publicado às 00:12

GIAE Ai Ai!

por Mammy, em 17.09.13

Hoje, tomei conhecimento DESTA BELA FERRAMENTA e fiquei atónita. Informação informatizada dos vários intervenientes nas escolas, cujo acesso é permitido a encarregados de educação, alunos, docentes e funcionários. Acessos diferentes, é certo, mas acessos que permitem, no caso dos encarregados de educação, seguirem os passos dos filhos como se eles estivessem num qualquer reality show. Comecei a imaginar a alegria que alguns pais deverão sentir em poder saber o que fazem os filhos na escola à distância de um simples clique, no sentimento de controlo que os deverá invadir e na sensação de descanso que terão por manterem os filhos "sempre debaixo de olho".

 

E aí, caiu-me a ficha. 

 

A impressão de que valores, como a confiança e a responsabilidade, se estão a esvair num sopro, de que a comunicação interpessoal e familiar se perde a cada dia, e de que as relações virtuais se estão subtilmente a instalar, tomou posse de mim. Senti o coração a reduzir-se ao tamanho de uma noz. A capacidade de resiliência começou a abandonar-me e uma enorme sensação de perda apoderou-se do meu íntimo. O medo instalou-se, apavorando-me as entranhas, e os braços teimaram em deixar-se cair. 

Tudo o que sempre defendi, tudo em que acreditei, está cada vez mais longe. Não porque a crença se tenha evaporado, mas porque o mundo está a engolir as relações humanas num ápice. E a incapacidade de as segurar, enquanto me escorrem por entre os dedos, tortura-me. Por mais que eu queira continuar a acreditar que a força anímica é a mais poderosa de todas e que as pessoas se constroem muito pelas relações humanas que vão cultivando, o meu coração de mãe tem que se render à evidência de que esta luta é tão dura quanto inglória.

E vejo, agora, que não luto só por proporcionar, ao meu filho, a possibilidade de se tornar numa pessoa mais rica interiormente, num coração maior, numa pessoa inteira e feliz, mas que também luto, (in)cansavelmente, contra tudo o que me rodeia. 

publicado às 00:19


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